Aí vai uma poesia pela qual tenho muito apreço. Foi publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos Volume 80, também pela CBJE. Boa leitura!
Do ar, do céu e do mar
Já fazia dois dias que não parava de ventar
E a pequena garotinha sempre vinha perguntar
Sobre tudo o que existia, da pobreza à realeza,
Quis saber qual era o ar que inventava a natureza
Sem querer desiludir, comecei a explicar
Que o ar que inventava vinha direto do mar,
Das correntes do oceano, o ar pulava para o céu,
Como a tinta pula sempre da caneta ao papel
Criativa, a menina, foi tratando de inventar,
Disse que todas estrelas eram respingos do mar
E que o ar que lá corria não vinha apenas das correntes
Mas vinha do soprar dos peixes, alguns peixes conscientes
Eu olhei para a menina e comecei logo a pensar
Quando, em outro dia na Terra, sua face eu iria olhar.
Sorri para a jovenzinha que ainda olhava o céu
E entreguei em suas mãos minha caneta e meu papel
Passaram milhares de anos e eu nunca encontrei
A pequena menininha que um dia presenteei.
Até passar numa livraria e ver na estante de vime
A foto da menininha, lá num livro de poesias, estampando a vitrine.
Heytor Costa Neco
E a pequena garotinha sempre vinha perguntar
Sobre tudo o que existia, da pobreza à realeza,
Quis saber qual era o ar que inventava a natureza
Sem querer desiludir, comecei a explicar
Que o ar que inventava vinha direto do mar,
Das correntes do oceano, o ar pulava para o céu,
Como a tinta pula sempre da caneta ao papel
Criativa, a menina, foi tratando de inventar,
Disse que todas estrelas eram respingos do mar
E que o ar que lá corria não vinha apenas das correntes
Mas vinha do soprar dos peixes, alguns peixes conscientes
Eu olhei para a menina e comecei logo a pensar
Quando, em outro dia na Terra, sua face eu iria olhar.
Sorri para a jovenzinha que ainda olhava o céu
E entreguei em suas mãos minha caneta e meu papel
Passaram milhares de anos e eu nunca encontrei
A pequena menininha que um dia presenteei.
Até passar numa livraria e ver na estante de vime
A foto da menininha, lá num livro de poesias, estampando a vitrine.
Heytor Costa Neco