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Extra! Extra!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Casal de Meia Idade

Oi gente! Esse é um conto que escrevi recentemente. Espero que gostem e compartilhem! ;)

O Casal de Meia Idade

Daniel vinha há algum tempo pensando em divertir-se mais. O problema é que a diversão maior, na mente dele, significava trair a namorada. Os amigos insistiam em lhe apresentar garotas solteiras, da gandaia, da bagaceira mesmo. Daniel, por mais apaixonado que fosse por Susane, não conseguia escapar da vontade de beijar outros lábios, de tocar em um outro corpo, de sentir a adrenalina ao fazer algo perigoso.
Por sorte ou falta dela, o garoto não era institivo. Pesava os prós e contras, media o tamanho da culpa, refletia se suportaria guardar um segredo e acabava pensando demais. No geral, graças a esse pensamento em demasia, ele acabava afastando-se de suas novas vontades.
No entanto, certa vez Daniel conheceu uma menina maravilhosa. Linda, com um sorriso abrilhantador de espíritos. Seus cabelos longos acalentavam as noites de Daniel que, sem sono não tirava aquela menina de sua mente, nem de seus sonhos.
Amanhecera um outro dia depois das maravilhosas quimeras que o garoto teve novamente com sua nova musa. O rapaz teria que resolver algo em seu trabalho. Acordou cedo, realizou suas atividades matutinas e saiu.
Ainda na parada do ônibus, lembrava apenas do sonho que tivera durante a madrugada. Mas aquilo cessou por ali. Ao entrar no coletivo, Daniel sentou-se atrás de um casal de meia idade. A ausência da aliança na mão esquerda da mulher denunciara a falta de algum compromisso oficializado em cartório. Mas isso não fez Daniel parar de observá-los.
Enquanto o homem falava, a mulher demonstrava uma atenção vítrea através de seus olhos, não porque indicava fragilidade, mas ali havia uma certeza cristalizada e, quem quer que olhasse aqueles olhos, saberia identificar um amor verdadeiro, um carinho mais que explícito.
Foi impossível para Daniel não lembrar de quando conheceu Susane. Ele tinha saudades e se sentia culpado por algo que não cometera. Ele invejava aquele casal de meia idade completamente fora dos padrões.
A mulher teve que saltar antes de seu amor, fosse ele namorado ou ficante. Antes disso, deram um beijo rápido, meio tímido por estar acontecendo num ônibus.
Daniel mal piscava os olhos.
Quando a mulher desceu do coletivo, seu par colocou a cabeça fora da janela e fez questão de dizer vagarosamente as palavras que Daniel bem entendera ao ler os lábios dele. Eu te amo!
Daniel bem que tentou olhar a reação da mulher mas já era tarde, pois o ônibus mais uma vez se movimentava. Então ele resolveu olhar para o homem. Um sorriso mais que bobo estampava seu rosto, um sorriso mais que verdadeiro que estampava a palavra "Saudade".
O menino antes confuso saiu do ônibus com a certeza de só haver um amor no mundo. Ficou agradecido por ter passado um tempo com o casal de meia idade.
O que ele pensava há uma hora desaparecera completamente. Agora ele suspirava e só podia falar uma coisa enquanto abria a porta de seu escritório: "Viva o amor! Ah! Viva o amor!".

Heytor Costa Neco

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